quinta-feira, 16 de março de 2017

NÄUZO - Ruido de Rabia



Mais um registro resgatado de fitas K7, dessa vez é a banda NÄUZO, que segundo um dos seus membros Rafinha " foi uma banda @punk de Brasília (BSB) formada nos inicios de 1999, por Rafinha e Vampiro. A banda surgiu num contexto de dissidências entre grupos, posturas e visões de mundo acerca do movimento punk e da realidade social em que estávamos inseridos. O MAP-DF sofreu uma ruptura em meados dos anos 90, dando origem ao MPA, e em 1998 surgia a banda @punk Extrema Agression, que se associou ao coletivo. Possuíamos uma música que se chamava justamente Extrema agression, mas quando criamos a NÄUZO adaptamos a música e criamos o Ruido de Rabia, nome da nova música que também deu nome à nossa primeira DEMO. A NÄUZO surgiu da necessidade de continuar sendo @punk, mas sem mais pertencer ao MPA e aos coletivos @punx que julgávamos ser muito dogmáticos e que davam pouca importância à cultura punk. Queríamos fazer uma fusão com o @punk sem deixar de lado os aspectos contra-culturais do movimento, tal como o visual, as vivências de rua, as gig’s, os eventos culturais, etc. Do mesmo modo, também nos preocupávamos em participar de atividades políticas libertárias na cidade de Brasília-DF, Brasil e América Latina, buscando nos agregar com outros punx abertos a essa proposta de fundir cultura punk com agitação política anarquista e trazer outras discussões até então marginalizadas pelos movimentos @punx mais tradicionais, como o Dadaísmo, o movimento Queerpunk, o Crust e até mesmo aspectos do Niilismo. Dessa forma, nos aproximamos de outros grupos que eram pejorativamente rotulados de nihil punx e criamos um novo coletivo PunkHardcore, dando inicio a uma nova cena punk hardcore na cidade, principalmente na periferia de Brasília, na cidade do Gama, onde realizamos muitas gigs vinculando performances e mostra de arte com temáticas dadaístas, apresentação de bandas, debates político-culturais, etc. Destes eventos, um evento clássico foi o “PunkDada: A arte está morta”, no dia 1 de Junho do ano de 1999. Tocaram Death Feast, Diskonigi, Natimuertos, Nauzo e Final Trágico. O evento foi registrado em um documentário sobre o movimento punk na cidade. A banda também se propunha a combater o machismo e a homofobia, assim como desconstruir as relações dogmáticas em torno da monogamia e procurando se aproximar ao movimento Queerpunk e de uma estética punk mais andrógina. A banda acabou no ano de 2003. Sua última apresentação foi em um evento vegano realizado na cidade de Sobradinho intitulado “Aprendendo a respeitar a vida”, no qual a banda se apresentou junto à banda de hardcore StraightEdge Linha de Frente, à Toda Dor do Mundo, à banda @punk de Uberlandia BrunoNigra e à banda Atack Terror. O evento contou com palestras e atividades de conscientização acerca do veganismo e libertação animal. A banda também tocou no CCP (Centro de Cultura Popular) do RJ, no evento Dias de Criar- Uma jornada Anarcopunk em São Paulo, junto a clássicas bandas de hardcore como Abuso Sonoro, Rot, Clangor, Contraste Bizarro (com a qual gravou um Ep Split em 2002 intitulado “Orquestrando os rastros da miséria humana”), etc. e nas jornadas Anarquistas de Porto Alegre, atividade paralela ao Fórum Social Mundial de 2003. O último registro do grupo não foi publicado devido à falta de recursos financeiros para retirar o material gravado do estúdio. Sua última formação contou com Dayana Santiago nos vocais guturais, Vampiro na Guitarra e back vocal, Rafinha nos vocais estridentes e bateria e Berns no baixo."


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